30.9.08
Truz! Truz!
Hoje a lembrança dos teus olhos azuis raramente tristes
trouxeram à tona a saudade gigante que em mim existe
E senti-me por momentos igual à tristeza dos teus olhos
nos meus olhos castanhos que raramente estão tristes
Num momento apenas nosso, onde olho para dentro de mim e aguardo que me digas:
"Vês? É disto que não quero que te lembres e se por um algum acaso te lembrares, que seja para perceberes que esses pequenos momentos tristes que tive, foi por sentir sem o saber, que a terra já não era o meu o lugar. Agora, deste lugar, já não preciso de esperar pelo fim do dia para te encontrar. Vejo-te durante o dia, aconchego-te a roupa à noite, apareço para te afuguentar os sonhos menos bons e, sem o saberes, para te aconselhar. Eu sou o teu coração e os meus olhos apenas estão tristes, raramente tristes como dizes, nunca por desilusão, mas por ver que por algum motivo o teu coração, onde habito, fica apertado. Não deixes o coração apertar por mim, porque eu estou aqui...
Não te esqueças...
Ninguém merece as tuas lágrimas...
De ti o mundo quer sorrisos, que ilumines salas, enchas espaços frios e vazios.
Eu apenas quero ser um dos grandes motivos para a existência constante desse teu lindo sorriso. Já te disse que tens um sorriso bonito?"
Foste tu ou eu que escrevi?
29.9.08
Tchim Tchim!
Nem vontade tenho de tomar o excêntrico pequeno-almoço da uma da manhã.
Marca-me uma leve queimadura no peito e um telefonema subitamente interrompido.
E da mesma forma que as nossas conversas correm a mil, sem nunca se esgotarem em conteúdo e sensações, encadeando-se subtilmente em assuntos mundanos ou transcendentais, a minha cabeça encontra-se numa montanha-russa de pensamentos distantes e o meu coração numa paz constante.
Dirás - "É natural..."
Respondo-te - "Aliás, nenhuma outra sensação faria sentido"
Dirias... Desculpa! não dirias nada, rias-te!
E eu no meio do sono que me carrega as pálpebras, ria-me contigo.
Existem horas preciosas, que nos trazem o fascínio da adolescência, a pureza da infância e o encontro do conhecimento com a velhice.
Eu, brindo a isso! A muitas horas de vida transversal cheias de sorrisos!
(vês... a vontade de escrever aparece, quando existem motivos para isso... dos mil e 1 drafts este tenho a enorme honra de carregar em "Publicar". À tua!"
26.9.08
Fórmula Viva
a coisa mais positiva
Não quantifiques, não faças contas
nem de somar, nem de subtrair
releva apenas o pior
e anota, anota sempre
tira do mau o bom, exponencia o melhor
e o teu saldo ficará, sempre positivo
Porque o lucro existe em diversas formas,
e em alguma vertente, para ti, ele existe sempre...
tudo depende da forma como olhas, ouves e sentes
tudo depende do que queres ver, ouvir e sentir
tudo depende como assumes o teu caminho e vives a tua vida
22.9.08
Espiral
quando não sei o que dizer
Alguém aparece antes de adormecer
para não me deixar cair em tentação
dos sonhos que me sinto incapaz de
de um dia tornar capaz de viver
Alguém sente as minhas lágrimas
aquelas que de dentro não saiem
e me grita "Ei! Tu consegues!"
minimizando os momentos fracos
Alguém me põe a mão na cabeça
abre-me os olhos, e faz-me olhar
para dentro, escutando o coração
Alguém me olha de longe
e sente-me longe tão longe...
Inalcansável...
Quando estou...
perto, tão perto...
dentro, tão dentro...
entrelaçada, fundida, unida
sempre, para sempre
em espirais multi-colores
num espaço infinito
de purpurinas coloridas
15.9.08
I can still recall...
No carro passa sem parar o "Dancing Queen" e o "Our Last Summer" e sinto-me viva a valer. Se os outros condutores me acham doida, paciência, porque me divirto e enceno a coisa o melhor possível, tendo em conta as limitações da condução.
Entrada directa para a prateleira dos filmes preferidos da minha vida, junto com "La vita è Bella", "Em nome do Pai", "Meet Joe Black", "Braveheart", "O clube dos Poetas Mortos", "Os intocáveis" "Moulin Rouge", "The GreenMile", "Possession", "Jerry Maguire", "Dirty Dancing", "Goonies", "Annie", e como não podia deixar de ser o "ET".
Honey, Honey!
14.9.08
Onde está o estojo?
À falta do estojo vermelho cheio de compartimentos, que num dia de Natal tive a felicidade de receber, e que hoje queria dar à minha filha como uma passagem de testemunho, e revirando a casa do avesso fico irritada comigo e com os meus vaipes esporádicos de extrema organização, que me fazem desesperar à procura daquilo que um dia tive a infelicidade de guardar tão bem. Que raiva... não o encontro...
À falta disso, decidi meter numa caixinha tudo aquilo que um dia quero passar para a minha filha. O estojo? Compro-lhe um do género assim que o bolso me permitir, não envalidando o dia feliz em que o descobrir. De certo ficará feliz, felicidade essa que nunca chegará aos calcanhares da minha.
10.9.08
É aqui!
Nem a visita a Murça, local onde o meu pai nasceu por acaso e onde por lá esteve apenas um mês de toda a sua vida, me fez sentir assim. Em Navalho nasceu a grande maioria dos meus avós, bizavós, trizavós, tetravós e sabe lá quem mais…
Sabia pelos assentos de nascimento que o meu avô tinha nascido na Rua da Igreja e a minha avó naquilo que interpretei como Rua da Farinha. A Rua da Igreja era a rua principal e de Rua da Farinha não havia qualquer sinal. Não poderia saber quais seriam as casas. A Tia Maria, senhora de 78 anos, levou-nos a percorrer toda a aldeia que ao caminhar era bem mais extensa que aquilo que se previa do cimo do vale. Mostrou-nos a aldeia, contou-nos algumas histórias e no final da rua desemboquei numa linda e arrebatadora vista do vale.
Casa da minha avó virada para o portão da casa do meu avô
A Dona Maria convidou-nos para sua casa, para comer do seu presunto e queijo de ovelha. Sozinha, senti-a feliz, com os olhos brilhantes de lágrimas, por estar acompanhada, por ter com quem falar. Contou-nos da sua vida e fez tudo, no meio da sua casa pobre, para nos agradar. Pedi-lhe a morada e prometi-lhe que lhe escrevia e lhe enviava fotografias da nossa visita. Metemo-nos à estrada não sem antes nos despedirmos imensas vezes da Dona Maria. Ainda não tinha saído dali e já estava com saudades. Já a subir o vale, depois de passarmos pelo cemitério quis parar para fotografar a imagem do caminho que me havia preenchido. Voltei debaixo de um sol intenso que queimava, toquei na terra e agarrei na pedra mais brilhante que encontrei.
Curiosidades: Chegada ao hotel agarrei no portátil e fui ler de novo o assento de nascimento da minha avó. É Rua da Terrincha, sem tirar nem por. Eu e a minha mãe agarrámos felizes no braço uma da outra como se acabássemos de tirar a última teima daquilo que já havíamos sentido.
8.9.08
Venham...
7.9.08
6.9.08
UM DIA
5.9.08
Frases que ficam
a aceitação é necessária naquilo que não controlamos - LRS depois de um almoço;
também foste ao meu algarve? - pequena lua a meter conversa num jantar de 'crescidos';
estava por aí... - Russo
o Mamma Mia estreia hoje - tanta gente
o Natal este ano é em Évora, na quinta - Tias (que bom...)
Tens mesmo a quem sair - Maria
Sabes, tenho de te dizer isto, ainda hoje o disse às tuas tias. Tenho muita sorte, e vou-te dizer porquê, por ordem de chegada. Tive os melhores pais, tão bons comigo. Tenho os melhores irmãos que poderia ter na vida. Tenho muitos, bons e sempre presentes amigos. Tive o melhor dos maridos, que me dedicou a sua vida e foi o meu melhor amigo. Tenho uma filha amorosa por quem tenho uma enorme admiração. E tenho... uma neta linda, linda, linda. - Mãe
E eu mãe, depois das tuas palavras digo-te, que bom é estares aqui comigo. Que bom é ouvir-te a sentir isso. O pai, acredito, está neste momento a sorrir. E eu, sorrindo, penso e relembro-me da sorte que tenho, por passar 33 anos da minha vida rodeada pelo amor que dizes.
3.9.08
momentos
1.9.08
Suspiro...
relembraste-me num repente que estás vivo
A mãe perguntou-me se estavas aqui comigo
respondi-lhe que não, que o suspiro que tinha ouvido
tinha sido como tantos outros que lhe tinha ouvido
sempre que a conversa telefónica se prolongava
respondeu logo depois - Estará aqui comigo?
racionalizou e disse - foi provavelmente a televisão...
suspiro teu ou não, senti que a mãe não estava sózinha
senti como tantas vezes a tua presença paciente
interrompida tantas vezes com suspiros impacientes
lembrei-me do teu assobio inigualável de chamamento
que tal cãozinho ouve o dono, me fazia olhar em volta
procurando em todas as gentes os teus traços
porque só tu assim me chamavas...
e encontrava-te!
nunca mais o ouvi, nem sei imitá-lo, nem o consigo lembrá-lo em sons na minha cabeça
mas sei que se um dia o ouvir, de uma outra boca, me irei voltar para trás e procurar
incessantemente a boca doce que imite tão querido e doce chamamento