A minha experiência...
Queria escrever sobre a minha experiência de vida e não consigo...
Queria escrever sobre as coisas que já fiz, as barreiras que ultrapassei, as novidades que deixaram de ser novidades, as asneiras que cometi e só penso no que quero fazer daqui em diante... Aquelas coisas que não quero morrer sem antes experimentar... fobia de viver... Estou com uma fobia de viver!
E quando me ponho a pensar na minha experiência, nas recordações do que fiz, não penso em objectivos cumpridos, crescimento pessoal ou qualquer situação extraordinária... Lembro-me apenas de momentos...
Lembro-me de descer a rua de mão-dada com o meu pai a tentar apanhar as bagas das árvores... Ano após ano... Até que um dia já a minha cabeça tocava nelas...
Lembro-me de estar na casa de uns amigos dos meus pais a brincar no jardim, num pneu improvisado de baloiço e de repente cair a noite e eu não conseguir encontrar a porta da casa...
Lembro-me de estar a comer um yogurte de sabor a banana junto ao ringue de patinagem do zoo...
Lembro-me de os meus primos me darem rebuçados às escondidas...
Lembro-me de me perder numa praia deserta... de ter por fim encontrado a base... e a base estar vazia... levei um raspanete!
Lembro-me de um presente de natal... De um embrulho enorme que pensei ser para mim e de os meus pais dizerem que era para a minha avó... fiquei feliz por a minha avó ter um presente tão grande... fiquei mais feliz quando soube que era para mim e que era aquele boneco pelo qual tanto tinha pedido e tanto tempo tinha esperado...
Lembro-me de ter cantado para os meus avós, com uma plateia imensa... lembro-me da vergonha que tive enquanto cantei... lembro-me da alegria e orgulho que senti quando terminei...
Lembro-me de agarrar na mão da minha avó e beliscar-lhe levemente a pele para vê-la muito lentamente a passar de ruga a lisa...
Lembro-me de cair vezes sem conta das escadas em caracol de casa dos meus avós...
Lembro-me de ir para o sotão da escola nos dias em que chovia...
Lembro-me de por malaguetas nos olhos com o meu primo... um dia sem ver...
Lembro-me da vontade de voltar para a escola em Outubro... reencontrar os colegas... falar das férias...
Lembro-me do candeeiro da sala de jantar cheio de balões em todos os meus aniversários...
Lembro-me da minha primeira bicicleta... usava-a como se fosse uma BMX... era uma pasteleira... a certa altura já era eu que remediava os furos nos pneus...
Lembro-me do meu primeiro beijo como se fosse ontem... e como tudo mudou desde aí... Mudaram-se as conversas, os sonhos, os desejos...
Lembro-me do sentimento da primeira paixão... A não existência de jogo... a pureza de todos os sentimentos...
Lembro-me da dor da primeira ruptura... que consegui ultrapassar...
Lembro-me do dia em que decidi passar a fazer de cada dia uma autêntica festa...
E escrevo e vejo que esta lista é interminável...
(a continuar... ad eternum)
Queria escrever sobre a minha experiência de vida e não consigo...
Queria escrever sobre as coisas que já fiz, as barreiras que ultrapassei, as novidades que deixaram de ser novidades, as asneiras que cometi e só penso no que quero fazer daqui em diante... Aquelas coisas que não quero morrer sem antes experimentar... fobia de viver... Estou com uma fobia de viver!
E quando me ponho a pensar na minha experiência, nas recordações do que fiz, não penso em objectivos cumpridos, crescimento pessoal ou qualquer situação extraordinária... Lembro-me apenas de momentos...
Lembro-me de descer a rua de mão-dada com o meu pai a tentar apanhar as bagas das árvores... Ano após ano... Até que um dia já a minha cabeça tocava nelas...
Lembro-me de estar na casa de uns amigos dos meus pais a brincar no jardim, num pneu improvisado de baloiço e de repente cair a noite e eu não conseguir encontrar a porta da casa...
Lembro-me de estar a comer um yogurte de sabor a banana junto ao ringue de patinagem do zoo...
Lembro-me de os meus primos me darem rebuçados às escondidas...
Lembro-me de me perder numa praia deserta... de ter por fim encontrado a base... e a base estar vazia... levei um raspanete!
Lembro-me de um presente de natal... De um embrulho enorme que pensei ser para mim e de os meus pais dizerem que era para a minha avó... fiquei feliz por a minha avó ter um presente tão grande... fiquei mais feliz quando soube que era para mim e que era aquele boneco pelo qual tanto tinha pedido e tanto tempo tinha esperado...
Lembro-me de ter cantado para os meus avós, com uma plateia imensa... lembro-me da vergonha que tive enquanto cantei... lembro-me da alegria e orgulho que senti quando terminei...
Lembro-me de agarrar na mão da minha avó e beliscar-lhe levemente a pele para vê-la muito lentamente a passar de ruga a lisa...
Lembro-me de cair vezes sem conta das escadas em caracol de casa dos meus avós...
Lembro-me de ir para o sotão da escola nos dias em que chovia...
Lembro-me de por malaguetas nos olhos com o meu primo... um dia sem ver...
Lembro-me da vontade de voltar para a escola em Outubro... reencontrar os colegas... falar das férias...
Lembro-me do candeeiro da sala de jantar cheio de balões em todos os meus aniversários...
Lembro-me da minha primeira bicicleta... usava-a como se fosse uma BMX... era uma pasteleira... a certa altura já era eu que remediava os furos nos pneus...
Lembro-me do meu primeiro beijo como se fosse ontem... e como tudo mudou desde aí... Mudaram-se as conversas, os sonhos, os desejos...
Lembro-me do sentimento da primeira paixão... A não existência de jogo... a pureza de todos os sentimentos...
Lembro-me da dor da primeira ruptura... que consegui ultrapassar...
Lembro-me do dia em que decidi passar a fazer de cada dia uma autêntica festa...
E escrevo e vejo que esta lista é interminável...
(a continuar... ad eternum)
1 comentário:
As tuas palavras tocaram-me muito, não por me identificar com as tuas memórias de infância, mas por elas se assemelharem tanto às histórias que a minha mãe sempre nos contou da infância dela e que nos deliciavam tanto! Serão estas pequenas aventuras exclusivas das librianas?! Acho lindo teres tantas memórias de brincadeiras, de momentos de alegria, de travessuras... de VIDA! Eu não tenho muitas recordações de infância porque acho que não brinquei muito...era demasiado sossegada...e na adolescência era demasiado triste e pessimista..mais ainda do que sou agora, se isso é possível! Mas felizmente cresci e agora a minha principal preocupação é viver o presente. Comecei tarde mas..nunca é tarde para aprendermos a ser felizes. É esta a mensagem que te quero passar. Já viveste momentos tão mágicos...tens tantas histórias para contar à nossa "princesa"... só por isso TENS que te sentir feliz. E se isso não te dá força para ultrapassar a tua "fobia de viver", como dizes, não desanimes. Vive apenas. Sê como és. E procura o que te faz feliz. Nunca é tarde para começar de novo. Nunca é tarde para aprendermos a ser felizes...
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