17.7.07

Crash Boom Bang


E a corda partiu-se!
Juro que não queria
fiz tudo o que podia...

Quando um dos seus fios começava a rasgar
puxava-a para mim, dáva-lhe folga
e remendava-a

Tratava dela com carinho...
merecia todos os meus sacrificios!

Mas de tantos nós e remendos que tinha
de cada vez que a puxava mais me rasgava

Um dia em vez de a remendar
para não me magoar resolvi alisá-la...

Amaciei-a para disfarçar todos os seus nós
mas aparecia sempre um nó que me magoava


Falava com ela enquanto a alisava
Pedia-lhe para se esforçar para não se rasgar
Explicava-lhe que por cada nó que dava
por cada impulso em agarrá-la mais me magoava

Amaciei-a tantas vezes, escondi tantos nós
que um dia de tão lisa escorregou-me por entre as mãos

Num acto de loucura e já sem forças deixei-a ir...
Esgotada, perdi-a para sempre...
Não lhe dei qualquer explicação...
Tinha lhe falado tantas vezes...

As minhas mãos?
Por ora, saradas...
mas ficaram as marcas
para me lembrar de nunca a esquecer



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