Ela não sabia o que era o Natal...
Ouvia a avó a falar-lhe do nascimento de Jesus e gostava de ouvir por ser a história de um bébé. Mais um bébé como os dela. Mas aquele bébé era especial, cheio de magia... todos falavam dele... e ela gostava.
Ouvia falar de um tal de Pai Natal, aquele senhor barbudo que, diziam os adultos, se ela se portasse bem, lhe dáva presentes. Nem sequer se lembrava da primeira vez em que o viu... trepou pelo colo da mãe e começou a chorar... Seria das barbas? Do fato vermelho? Ou por ser grande e fazer um gigantesco “Oh oh oh”?
Gostava de brincar com os bonecos do presépio, como se fosse uma aldeia imaginária... Passava com a mão sobre o musgo fresquinho e imaginava a relva. Punha os patos em cima do espelho e imagináva-os a nadar num lago fresquinho. Mudava todas as figuras de posição... O padeiro a subir a ladeira a caminho do moinho, o pastor a passear com todas as ovelhas atrás... e o mémé pequenino... o que ela gostava do mémé pequenino. As figuras centrais do presépio? Intocáveis! Excepto o menino, o qual com carinho brincava. Era sempre uma euforia a criação daquele presépio gigante. E o pai fazia-o tão bem...
Gostava de passear pelas ruas de mão dada com a mãe. Com um casaco bem quentinho, a sentir o frio a bater-lhe na cara... As ruas todas iluminadas, o cheiro quente e aconchegante das castanhas a assar em plena rua. As ruas estavam cheias de gente, mas só se viam sorrisos... e ela quando chegava àquela montra de brinquedos parava e sorria... Não porque queria o que estava na montra, nem sequer pedia... Apenas e só porque gostava de ver aquela pequena aldeia de bonecos todos eles coloridos a dançar e a cantar...
Gostava dos preparativos para a festa de Natal da escola. Tímida queria sempre o papel com menor destaque... Preferia fazer de burro a Maria... Tudo para não ter que falar... Mas gostava dos preparativos... E no final da peça de teatro acabava triste por não ter querido um papel mais importante...
Gostava da noite de consoada porque sabia que ía estar com os primos. Sabia que ía brincar com eles! Andar às cavalitas do primo mais velho - Que alto que ele era! -, sentar-se no mapple com mais três ou quatros primos, numa salganhada tremenda!
Correr pela casa toda e decerto ganhar mais umas quantas nódoas negras, tudo pela diversão...
E por fim os presentes! O tal Pai Natal que chegara e enchera a lareira com presentes para toda a família. Sentia bichos carpinteiros e não conseguia estar sentada, sempre à espera que um dos embrulhos dissesse o seu nome... Quando esse momento chegava tudo à volta dela parava... nada mexia, ela nada via, nada ouvia... apenas o barulho do embrulho a rasgar... e depois sorria... era aquilo mesmo, como é que sabiam? Nunca escrevera uma carta ao Pai Natal – Quem é esse senhor? – perguntava, nem sequer tinha pedido ao menino... e eis que acertava!
Ela não sabia o que era o Natal, mas gostava de sentir a sua Magia... Porque tudo em duas semanas se transformava... O frio tornava-se quente, brincava com uma pequena aldeia durante dias, as ruas ficavam de repente iluminadas e brilhantes, o cheiro das coisas ficava aconchegante e doce, a má-disposição das gentes virava sorriso, a escola ficava em festa, brincava com os primos e por fim ainda recebia pelo menos um presente!
Pic: tanny-b
Ouvia a avó a falar-lhe do nascimento de Jesus e gostava de ouvir por ser a história de um bébé. Mais um bébé como os dela. Mas aquele bébé era especial, cheio de magia... todos falavam dele... e ela gostava.
Ouvia falar de um tal de Pai Natal, aquele senhor barbudo que, diziam os adultos, se ela se portasse bem, lhe dáva presentes. Nem sequer se lembrava da primeira vez em que o viu... trepou pelo colo da mãe e começou a chorar... Seria das barbas? Do fato vermelho? Ou por ser grande e fazer um gigantesco “Oh oh oh”?
Gostava de brincar com os bonecos do presépio, como se fosse uma aldeia imaginária... Passava com a mão sobre o musgo fresquinho e imaginava a relva. Punha os patos em cima do espelho e imagináva-os a nadar num lago fresquinho. Mudava todas as figuras de posição... O padeiro a subir a ladeira a caminho do moinho, o pastor a passear com todas as ovelhas atrás... e o mémé pequenino... o que ela gostava do mémé pequenino. As figuras centrais do presépio? Intocáveis! Excepto o menino, o qual com carinho brincava. Era sempre uma euforia a criação daquele presépio gigante. E o pai fazia-o tão bem...
Gostava de passear pelas ruas de mão dada com a mãe. Com um casaco bem quentinho, a sentir o frio a bater-lhe na cara... As ruas todas iluminadas, o cheiro quente e aconchegante das castanhas a assar em plena rua. As ruas estavam cheias de gente, mas só se viam sorrisos... e ela quando chegava àquela montra de brinquedos parava e sorria... Não porque queria o que estava na montra, nem sequer pedia... Apenas e só porque gostava de ver aquela pequena aldeia de bonecos todos eles coloridos a dançar e a cantar...
Gostava dos preparativos para a festa de Natal da escola. Tímida queria sempre o papel com menor destaque... Preferia fazer de burro a Maria... Tudo para não ter que falar... Mas gostava dos preparativos... E no final da peça de teatro acabava triste por não ter querido um papel mais importante...
Gostava da noite de consoada porque sabia que ía estar com os primos. Sabia que ía brincar com eles! Andar às cavalitas do primo mais velho - Que alto que ele era! -, sentar-se no mapple com mais três ou quatros primos, numa salganhada tremenda!
Correr pela casa toda e decerto ganhar mais umas quantas nódoas negras, tudo pela diversão...
E por fim os presentes! O tal Pai Natal que chegara e enchera a lareira com presentes para toda a família. Sentia bichos carpinteiros e não conseguia estar sentada, sempre à espera que um dos embrulhos dissesse o seu nome... Quando esse momento chegava tudo à volta dela parava... nada mexia, ela nada via, nada ouvia... apenas o barulho do embrulho a rasgar... e depois sorria... era aquilo mesmo, como é que sabiam? Nunca escrevera uma carta ao Pai Natal – Quem é esse senhor? – perguntava, nem sequer tinha pedido ao menino... e eis que acertava!
Ela não sabia o que era o Natal, mas gostava de sentir a sua Magia... Porque tudo em duas semanas se transformava... O frio tornava-se quente, brincava com uma pequena aldeia durante dias, as ruas ficavam de repente iluminadas e brilhantes, o cheiro das coisas ficava aconchegante e doce, a má-disposição das gentes virava sorriso, a escola ficava em festa, brincava com os primos e por fim ainda recebia pelo menos um presente!
Pic: tanny-b
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