8.2.07

Damas vs Diogo

Curiosa a nossa memória...
Como de repente por palavras, nomes ou locais nos lembramos de algo há muito escondido...
Com o nome Maluda lembrei-me da última visita do Diogo a casa dos meus pais. Para além de matar saudades, levou consigo um livro com o inventário dos quadros da Maluda. Mais tarde, apareceu com um quadro que tinha acabado de comprar para mostrar ao meu pai. Um aparte, estávamos em 1998 e fiquei extasiada por alguém lhe ter arranjado o pára-brisas do carro que estava rachado em meia-hora! Desde aí nunca mais soubemos dele. O Diogo é filho da tia Graça e do tio António, amigos de longa data do meu pai nos tempos de Lourenço Marques. Mais velho que eu 15 anos (será?) ensinou-me a jogar damas quando tinha doze anos, ainda a tia Gracinha era viva. Lembro-me desse dia... Entrar na sala de estar muito comprida, cheia de aperitivos nas mesas, a tia Gracinha com um lenço na cabeça, mas linda... sempre a achei linda, com porte de princesa. Subi as escadas para ir ter com o Diogo. No hall do andar superior tinha uma grande estante cheia de livros e entrei na sala de estar à direita. Lá estava ele sentado no mapple, tenho ideia que seria de pele... Perguntou-me se sabia jogar às Damas e com um agitar de cabeça respondi-lhe que não. Meia-hora depois já jogava e nem dei pelo tempo passar. Não me lembro de mais nada, nem de me ir embora... Fixei o Diogo às Damas e desde aí sempre que me lembro dele penso em Damas e sempre que jogo Damas lembro-me dele...
Como me lembrei da Maluda? Porque me lembrei dele... Porque me lembrei dele? Porque passada uma década o tio António ligou para os meus pais a perguntar se podia aparecer lá em casa.

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